Cenário de 2025 e a pressão no mercado do açúcar
O ano de 2025 tem sido marcado por uma tendência de baixa nos preços internacionais do açúcar, um contraste com o período anterior de alta rentabilidade que incentivou o plantio de cana na Tailândia.
Após três safras consecutivas de crescimento na produção da cana-de-açúcar, acontece a projeção de um superávit global para a safra 2025/26. Isso ocorre pelas amplas ofertas de três gigantes do setor: Brasil, Índia e Tailândia.
A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) do Brasil reportou uma pequena redução na qualidade da matéria-prima processada no Centro-Sul. O teor médio de açúcar na cana moída atingiu 154,58 kg por tonelada na primeira quinzena de setembro de 2025.
Isso mostra um recuo em relação aos 160,07 kg/ton registrados no mesmo período do ano passado. Porém, quando voltamos as atenções para o percentual de cana direcionado à produção de açúcar, percebemos um aumento de 47,74% para 53,49%.
A produção acumulada de açúcar do Centro-Sul brasileiro até meados de setembro, embora com uma queda marginal de 0,1%, totalizou 30,388 milhões de toneladas, um volume que por si só já pesa nas cotações internacionais.
Reversão agrícola tailandesa: mandioca em destaque A Tailândia foi um dos países onde a cana-de-açúcar foi a cultura mais plantada no ciclo anterior. Por isso, para a safra de 2025/26 projetou um crescimento de 5%, alcançando 10,5 milhões de toneladas. No entanto, apesar do otimismo inicial com a cana que a tornou a cultura dominante, o cenário de preços em queda no mercado do açúcar está forçando os produtores tailandeses a buscarem alternativas mais lucrativas. A Tailândia é, historicamente, reconhecida como um dos maiores exportadores globais de mandioca. Porém, com o aumento da rentabilidade da cana nos últimos anos, os campos tailandeses passaram por algumas mudanças. Isso resultou na redução de 10% na área que era reservada para a mandioca na safra 2022/23. Essa tendência de retração da mandioca, no entanto, começou a se inverter de forma abrupta em 2025. Um dos principais responsáveis por essa mudança é a recuperação da demanda chinesa pela mandioca tailandesa. A China é o principal destino da raiz produzida na Tailândia e em 2024 reduziu drasticamente suas importações. Caindo de 7,1 milhões de toneladas em 2022 para apenas 2,5 milhões. Mas, entre março e julho de 2025, a China adquiriu 4 milhões de toneladas, sendo 80% desse volume de mandioca tailandesa.